Coisas pra se arrepender...

Através de estudos realizados por uma Enfermeira Australiana que dedicou parte de sua vida para cuidar de pacientes terminais, ela percebeu que todos tinham arrependimentos parecidos sobre a vida vivida. O ser humano durante toda a sua vida se envolve em muitas coisas, principalmente o trabalho, depois do protestantismo o trabalho se tornou a marca, a principal atividade que dava identidade ao homem. E desta forma as pessoas começaram a trabalhar sem parar, se dedicando ao máximo em detrimento das demais atividades como, por exemplo, a família. Foi identificado que muitos "pacientes terminais" se arrependiam de ter trabalhado tanto e não ter tido tempo para si e para a família. E assim desenvolveram raiva, medo, arrependimento, tristeza e frustração. O trabalho exagerado roubava a própria identidade ao ponto das pessoas não mais saberem separar o trabalho da vida social. Causando uma alienação e entorpecimento da própria vida e tempo. Outro ponto muito tocado foi o fato de não expressarem seus sentimentos a quem amavam. Não ter tido “eu te amo” a pessoas que passaram em suas vidas, amigos, cônjuges, familiares e já depois de muitos terem morrido não havia mais esta possibilidade de expressão. Isto para os pacientes foi muito dramático. O fato de não terem aproveitado o tempo realizando atividades que gostariam e sempre adiavam por causa das ocupações com o trabalho, e a saúde debilitada não permitia mais realizar esses sonhos... Eu fico pensando como os seres humanos a cada dia que passa, mais sem identidade se tornam, já não se envolvem em trabalhos que os identifiquem, como padeiros, cozinheiros, agricultores,etc. Hoje são gerente de recursos humanos, Programadores, promotores de vendas, ou seja, as atividades, que não mais os identificam com uma profissão especifica. O consumismo exagerado, que leva ao trabalho exagerado, a alienação a realidade da vida, o meio em que vivemos que a cada dia com tanto investimento na mídia nos tornamos mais manipulados, a agir como uma pessoa sem alma, sem preferências, sem opiniões próprias. Tornamos-nos escravos do sistema que criamos. Não temos mais o costume de ter tempo para fazermos nossos próprios alimentos, de sentarmos com a família e jogar conversa fora. No automatizamos, somos seres humanos, quase zumbis, que se movimentam, de um lado para o outro sempre correndo, e vamos passando pela vida, sem viver a vida, sem admirar a natureza, a lua, o sol, sem perceber o canto dos pássaros, as pessoas que amamos, simplesmente voamos no tempo sem nos darmos conta do que acontece ao nosso redor, dos sentimentos. E quando chegarmos a fase terminal, provavelmente estaremos piores do que estes que foram estudados. Como seria bom refletirmos sobre nossa própria vida, gastaríamos menos dinheiro até com psicanalistas, tomaríamos menos ansiolíticos. Tornaríamos-nos mais humanos... O shabat foi um dia criado pelo Eterno que tem como uma de suas finalidades, apontar este caminho da reflexão, do parar para fazer o que é agradável a nós e aos outros, para pensarmos no transcendente. Pobres humanos, pobres de nós...

 
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