Conheci Amigos da Torá.

Quando recebi convite do Sr. Davi André Farias de Meneses a fim de dar o meu depoimento a respeito do Holocausto (sou sobrevivente) confesso que fiquei surpresa, pois nunca ouvi falar a respeito de uma comunidade em Campina Grande denominada Amigos de Torá.
Procurei informações em vários lugares da comunidade judaica em
S. P. também entre amigos e conhecidos afim de esclarecimentos a respeito.
As opiniões eram das mais diversas e polemicas. Os menos informados me aconselharam a recusar o convite pois “ouviram” que tratava de uma fraude no sentido de que eu seria catequizada a aceitar o Jesus como filho de Deus.
Em menor proporção, apenas duas pessoas me tranqüilizaram, contando que trata se de uma opção do pequeno grupo, que descobriu as suas origens e que assumiram o judaismo religião na qual se encontraram.
Sou uma pessoa que aceita os desafios, portanto decidi que para julgar e necessário conhecer. Assim, embarcamos , minha nora Lílian e eu rumo ao encontro.
Posso afirmar que foi uma das maiores surpresas e experiências, gratificantes que me aconteceram.
Conheci Sr. Davi de Meneses Rosh (cabeça) fundador desta comunidade que dedica a sua vida para passar aos membros, profundos conceitos, de judaísmo e as tradições, congregando os jovens e adultos. Ele instalou em sua casa numa sala uma pequena sinagoga onde celebram se as datas como chabat que eu tive o privilegio de assistir.
As pessoas rezavam em hebraico num clima silencioso, mulheres com cabeça coberta e homens com quipa. As crianças mantiveram se comportadas e respeitosas. A pequena Tora era só pequena no tamanho, porem o seu significado era grandioso. Confesso que fiquei emocionada.
Filho do Sr, Davi leciona hebraico, os jovens são circuncisos e muitos adultos também. As filhas fazem parte de danças Israeli e que o conjunto em nada deve aos conjuntos como Carmel e similares. E pena que não há divulgação a respeito.
Em seguida fomos convidados para almoço na casa da Snra.Lourdes Ramalho escritora e historiadora, pessoa incrível ligada ao judaísmo mantendo vários objetos judaicos da casa. Hospitaleira ao extremo oferecendo nos variado cardápio elaborado pela dona da casa. Tivemos também a satisfação de participar do jantar de Shabat na casa do simpático casal Marcia e Inaldo Macedo e filhos em cuja mesa havia entre outros símbolos halá feita pela dona da casa.
Quero agradecer ao Sr. Davi e membros da sua comunidade a hospitalidade e carinho com o qual nos receberam praticamente nos adotaram e o convite através do qual tivemos esta oportunidade impar de conhecer os novos irmãos, que sem nenhum interesse optaram a unir se a nos.
Não vou me referir a minha participação. Quero apenas frisar que a platéia foi muito receptiva e que ao termino do meu relato foram me dirigidas várias interessantes perguntas.
Para finalizar quero externar a minha particular opinião a respeito do seguinte;
Nos judeus somos poucos e tendemos a diminuir mais ainda, portanto, quando aparecem pessoas que sem interesse nenhum a não ser de professar a nossa fé, querem entrar em nossas fileiras o nosso dever de recebe - los com entusiasmo e agradecer, pois não e fácil ser judeu. E abominável e inadmissível fato que muitos judeus principalmente ortodoxos não os aceitam. Durante a nossa permanência em Campina Grande houve uma agressão durante uma explanação do Sr. Davi. Entraram baderneiros, vestidos de negro com bonecas desnudas e “ensangüentadas” com tinta vermelha atirando as dentro da sala. Obviamente foram dominados pelos seguranças e levados para delegacia. Este episódio me fez lembrar as primeiras manifestações anti-semitas em minha cidade na Polônia.


Atenciosamente,

Henrietta (Rita) Braun

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