“Eu Sou o Senhor Teu Dus que te tirou da terra dos escravos”
Assim começam os mandamentos, uma afirmação primeira de um Dus poderoso, que
trouxe liberdade ao povo de Israel e desta forma lembramos-nos do
pessach(páscoa).
A síntese da páscoa
é a celebração da liberdade. O mandamento da celebração do pessach foi dado
perpetuamente ao povo de Israel que todos os anos deveriam comemorar lembrando-se
da liberdade, pois no Egito o povo foi escravo, mas agora é livre. Existe até
uma forma especial de se portar quando se estiver realizando o seder(refeição)
da páscoa, os homens livres deverão comer sempre encostados demonstrando
assim que verdadeiramente alcançaram esta liberdade.
Na páscoa devemos
lembrar também da liberdade espiritual que todo judeu deve ter e celebrar,
lembrando que não devemos ser escravos de nada e nem de ninguém.
Nos dias modernos
este mandamento ainda é válido, pois sabemos que muitos são os senhores que
tentam escravizar o povo judeu. Seja o consumismo o maior deles, as drogas, os
vícios, as más tendências, etc.


Especialmente gostaria de falar sobre o consumismo, que é
exatamente o hábito que a maioria tem de comprar o que não precisa. “De viver como se não fosse morrer, e morrer
como se nunca tivesse vivido”, como declarou “Dalai Lama”.
Devemos ressaltar a
importância da liberdade, como um bem inalienável. Algo que não pode ser
vendido ou negociado. Mas infelizmente, muitos tem vendido a sua liberdade,
quando trabalham excessivamente, sem se importar com este grande presente. O
povo judeu tem o privilégio de celebrar esta liberdade semanalmente além do
pessach anual, quando no shabat, separa-o para orações, estudos, refeição em
família, etc.
Nos dias modernos é
extremamente difícil fora de Israel o povo judeu manter a guarda do Shabat,
haja vista que o mundo não compreende e profana o shabat, fazendo deste dia um
dia como qualquer outro.
Como é importante
nossa resistência, como é importante ser consciente sobre a liberdade que
ganhamos. Nestes últimos dias houve no Egito e em Israel uma grande praga de
gafanhotos, que afetou comunidades inteiras, talvez um sinal para lembrar que o povo
ainda continua escravo de si próprio, do consumismo.
Segue a notícia:
"A poucas semanas da Páscoa judaica, uma das pragas bíblicas do Egipto abateu-se sobre Israel: nuvens de gafanhotos escureceram os céus no sul do país na terça-feira e as autoridades estão agora a tentar controlar a invasão, que pode ameaçar culturas agrícolas.
Mal raiou o dia esta quarta-feira, equipas do Ministério da Agricultura de Israel começaram a combater os gafanhotos, com pesticidas lançados a partir do ar e do solo.
Os insectos começaram a chegar em grande quantidade na terça-feira, vindos do Egipto, através da península do Sinai. Amanheceram pousados numa área de cerca de 800 hectares do deserto. A aplicação de pesticidas começou a ser feita logo no princípio da manhã, antes que o orvalho sobre as asas dos gafanhotos secasse, permitindo que voltassem a levantar voo.
Os gafanhotos que chegaram a Israel fazem parte de grandes enxames que apareceram no Cairo, no sábado, dia 2. As estimativas do número de gafanhotos no Egipto variam entre 30 milhões e 120 milhões.
Nos dias seguintes, foram empurrados pelos ventos em direcção à península do Sinai, chegando depois ao deserto de Negev, em Israel, e à Faixa de Gaza. Calcula-se em um milhão o número de gafanhotos.
http://www.publico.pt/ecosfera/noticia/israel-combate-praga-de-gafanhotos-vinda-do-egipto-1586780#/0
Sabemos que as
empresas foram estruturadas para nos fazer comprar sem parar. Os bens de
consumo são fabricados para durarem no máximo um ano, assim a indústria produz
novos modelos e vende novamente. E desta forma é um ciclo que não tem fim. As
pessoas compram sem para, se endividam e precisam trabalhar mais para pagar
suas dívidas, é o que podemos chamar de
escravidão moderna.
Portanto a reflexão que deixamos é que fomos libertos do
Egito, e o Egito pode significar muitas coisas, a exemplo do que falamos aqui,
Que nesta pessach sejamos homens verdadeiramente livres.